This is my rifle, this is my gun This is for fighting, and this is for fun |
Sete anos depois de lançar o pertubador O Iluminado (The Shinning, 1980), Stanley Kubrick apresentava ao mundo sua leitura cinematográfica da Guerra do Vietnã, terminada em 1975. Pode soar como tempo demais para resolver tocar no assunto, ainda mais depois que filmes como Apocalypse Now (idem, 1979), Platoon (idem, 1986) e o documentário Corações e Mentes (Hearts and Minds, 1974) pareciam ter explorado a insanidade e os horrores desta guerra à exaustão. Só que, quando se tem uma visão e o manejo da objetiva tão apurados como os tinha Kubrick, o tempo que se leva é praticamente irrelevante. E Nascido para Matar (Full Metal Jacket, 1987), baseado no livro The Short Timers, de Gustav Hasford, deixa isso bem claro.
Dividido em duas partes, o filme mostra na primeira a preparação de um grupo de fuzileiros navais em uma das ilhas de treinamento para a Guerra do Vietnã, a ilha Parris, sob o comando do rígido sargento instrutor Hartman (R. Lee Ermey) – sir yes sir! Depois do período de desumanização, os jovens transformados em máquinas de guerra vão para o Vietnã experimentar de perto os horrores do conflito.
A cena que veremos acontece na primeira parte do filme, e envolve os três personagens principais do período de treinamentos em Parris: o sargento Hartman, o pusilânime recruta Pyle (Vincent D'Onofrio), que não consegue cumprir direito nenhuma ordem do instrutor, e seu companheiro recruta Joker (Matthew Modine), que tenta ajudá-lo a não cometer mais erros.
Pyle come um Donnuts enquanto os outros são punidos |
Aliás, o apelido Joker vem da postura rebelde do recruta, o único a retrucar as ordens de Hartman no início do treinamentos, mas que depois cede e passa a cumprir as etapas da lavagem cerebral resignadamente. Enquanto isso, Pyle sofre com as humilhações sofridas pelo seu mau desempenho no treinamento, é punido pelo próprio grupo de recrutas com uma surra de sabão em pedra e vê que a única saída é parar de ser um peso morto na corporação, além, é claro, de se livrar do algoz Hartman.
Expressão perturbada do recruta antes de por em prática sua vingança |
Depois da formatura, Pyle é alocado na infantaria, enquanto Joker vai para o jornal interno Star and Stripes. Esgotado pela pressão dos dias de treinamento e com ódio acumulado, o recruta Pyle resolve se vingar do instrutor na cena que encerra a primeira parte do filme – repare como a expressão de Pyle lembra a atuação de Jack Nicholson no filme anterior de Kubrick.
Vamos, então, à cena escolhida para o Frames para Sempre da semana!
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