Findo o ano, é chegada a hora de relembrar e render homenagens aos melhores filmes que passaram pela tela grande ao longo dos últimos 366 dias.
Abaixo, preparei uma lista com os cinco que mais me agradaram em 2012, restringindo a seleção àqueles que pude ver nos cinemas, ficando de fora os que assisti por torrent, DVD ou outros meios. Cada longa terá uma breve descrição de seu enredo e o motivo que o levou a figurar entre os cinco destaques de 2012. Vale lembrar também que considerei o ano de exibição aqui no Brasil - como vocês poderão ver, a maioria dos longas saíram, originalmente, em 2011.
Fique à vontade para montar sua lista nos comentários!
Shame (idem, 2011) - Um mergulho profundo na rasa vida sentimental de Brandon (Michael Fassbender), um homem para quem é impossível estabelecer uma relação afetiva duradoura com uma mulher - ou qualquer outra pessoa. Sem afeto, Brandon busca uma cura para seu isolamento no sexo, que vira uma compulsão quase insuperável.
O longa dirigido por Steve McQueen toma o sexo como mote para explorar um tema bastante discutido nos dias atuais: a falta de substância nas relações humanas, como a cada dia conhecemos menos uns aos outros, como pessoas de uma mesma família podem, por vezes, ser completos estranhos. Uma bela crônica sobre o homem contemporâneo.
Intocáveis (Intouchables, 2011) - Philippe (François Cluzet), um paraplégico milionário cansado de ser tratado com pena pelos outros, contrata um ex-presidiário, Driss (Omar Sy), para ser sua "babá". O relacionamento entre os dois floresce de maneira inesperada, construindo uma bela relação de amizade.
Baseado em uma história real, Os Intocáveis é um filme emocionante desde a primeira tomada. É impossível não ser contagiado pela alegria inata do personagem vivido por Omar Sy, um cara que não se deixa abalar, apesar de ter uma vida bastante problemática. Sua postura ante as limitações de Philippe faz com que os preconceitos do próprio espectador se esmaeçam, gerando uma empatia impressionante pela dupla. Minha única ressalva com relação ao filme é mostrar, no final, as pessoas nas quais os personagens foram inspirados, algo desnecessário a meu ver. De resto, é forte concorrente ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
Heleno (2012) - Narra a história do Príncipe Maldito, Heleno de Freitas, atacante que foi ídolo do Botafogo durante a década de 40. Um dos primeiros "bad-boys" do futebol brasileiro, Heleno descreveu uma trajetória meteórica entre a glória e o ostracismo, que experimentou em tons trágicos no fim da carreira e da vida.
Numa época em que o futebol era majoritariamente amador, imagine um atacante, o melhor do Brasil, que fosse formado em Direito e gostasse de se vestir com as melhores roupas e ostentar os melhores veículos, adotando um estilo bem diferente dos boleiros daquele tempo. Esse foi Heleno de Freitas, retratado de maneira tão competente por Rodrigo Santoro no longa dirigido por José Henrique Fonseca. O filme, por sinal, já foi tema de um post aqui no blog, e por aquela velha dificuldade dos filmes brasileiros de conseguir um circuito amplo no país foi visto por pouca gente. Vale a pena comprar o DVD!
A Separação (Jodaeiye Nader az Simin, 2011) - Um casal da classe média iraniana entra em conflito ao ter de tomar uma decisão: ficar no país em um momento politicamente confuso ou sair para garantir um futuro melhor para a filha.
Essa foi a primeira vez que vi um filme iraniano no cinema, e minha impressão foi a melhor possível. Para além de todos os méritos cinematográficos, A Separação apresenta um Irã muito diferente daquele apresentado pelo noticiário que chega até nós, que resume o país ao fanatismo religioso e político atrelados à figura de Mahmoud Ahmadinejad. Fora isso, o longa dirigido por Asghar Farhadi tem um roteiro - também escrito por ele - muito bem amarrado, com personagens secundários que acrescentam muito à história.
Deus da Carnificina (Carnage, 2011) - Dois casais marcam um encontro para discutir de maneira racional e adulta uma briga envolvendo seus filhos, mas, com o passar do tempo, eles acabam se mostrando mais infantis que as próprias crianças.
À primeira vista, a história parece ser bem estrita, e é mesmo. Todo o longa gira em torno de quatro personagens, interpretados por Jodie Foster/John C. Reilly e Kate Winslet/Christoph Waltz, que dividem praticamente o mesmo cenário, um apartamento, durante os 80 minutos de projeção. Esse caráter claustrofóbico se deve, em parte, ao filme ser uma adaptação da peça homônima escrita pela francesa Yasmina Reza. Mas não pense que isso torna o filme monótono... Ajudado por atuações primorosas de todos os atores, Polanski nos entrega uma divertida reflexão sobre temas como moral e responsabilidade.
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