Cage em meio a bandidos: parceria para sustentar o vício |
Vício Frenético (The Bad Lieutenant, 2011) é um filme esquisito. Apesar de levar o mesmo nome de um longa dirigido por Abel Ferrara em 1992, o diretor Werner Herzog jura de pé junto que não se trata de uma refilmagem, e sim de uma inspiração, uma reinvenção do roteiro anterior. O protagonista é Nicolas Cage, policial de uma Nova Orleans arrasada pelo furacão Katrina. Profissional correto, o tenente Terence McDonagh foi um dos únicos que permaneceu na cidade após o desastre. Aí começam as outras esquisitices do filme.
Já na primeira cena, Terence tenta salvar um prisioneiro que estava numa cela prestes a ser inundada, e acaba caindo de mal jeito. O resultado são dores tão fortes na coluna que só podem ser amenizadas pelo consumo de Vicodin, um analgésico feito a base de ópio. A partir daí, vem uma atuação primorosa de Cage: McDonagh vira uma pessoa que alterna os momentos de dor e torpor causados pela lesão e seu tratamento. O olhar, o jeito de andar, tudo no policial muda, assim como definha sua postura moral. Quando o remédio não é o suficiente, McDonagh apela para as drogas ilícitas.
Eva Mendes e Nicolas Cage reeditam a dupla formada em O Motoqueiro Fantasma |
Talentoso investigador, Cage encena uma espécie de Sherlock Homes viciado, sempre curvado pelas dores na coluna, com um tom de voz ora irritadiço, ora inebriado. E o filme ainda conta com a participação de Eva Mendes no papel de uma prostituta que, nas horas vagas, é namorada de Terence. Ela e Cage reeditam a parceria de O Motoqueiro Fantasma (Ghost Rider, 2007). Sem dúvidas, Terence MacDonagh é um policial peculiar.
Entre essas peculiaridades, está o envolvimento com traficantes da cidade, para sustentar o vício. E é aqui que o Frames para Sempre entra na história. Numa das cenas mais bizarras que o cinema já produziu, Terence vai à casa de um traficante e acaba encontrando um segundo contrabandista italiano, desafeto de longa data. Depois de uma troca de tiros entre os bandidos, o italiano morre, e aí vem o espetáculo da alma que dança break ao som de uma música totalmente fora de contexto. Talvez a única coisa que faça sentido seja a iguana que passa pela cena...
0 comentários:
Postar um comentário