sábado, 5 de novembro de 2011

Novo filme de Almodóvar chega ao circuito nacional

Depois de ser exibido pela primeira vez no país durante o Festival de Cinema do Rio de Janeiro, finalmente o novo filme de Pedro Almodóvar, A pele que habito, entrou no circuito nacional na última sexta (04/11). Trata-se de uma adaptação do livro Tarântula (Record, 160 páginas, R$29,90), de Thierry Jonquet (1954-2009), autor francês que se destaca pelo sucesso de seus romances policiais e narrativas de cunho político. O trabalho de Almodóvar, entretanto, é impossível de ser rotulado com apenas dois gêneros. 

Almodóvar durante as filmagens de
A pele que habito
Na verdade, o longa é uma mistura de várias influências: suspense, horror, ficção científica e até alguns momentos de comédia, vide a cena em que um bandido aparece fantasiado de tigre e com sotaque brasileiro! Em maio, quando o filme fora exibido no Festival de Cannes, Almodóvar disse que não esperava nenhuma premiação – como de fato ocorreu – porque se tratava de um filme de gênero, o que não agradaria muito ao júri do festival. Talvez o problema de A pele que habito seja de fato esse: não há como defini-lo em termos de gênero, e sim de autoria. Após ver o filme, não resta duvida de que ele foi dirigido pelo mais talentoso dos diretores espanhóis. 

Richard e Vera
A história se passa em 2012, e traz Antonio Banderas como o renomado cirurgião plástico Richard Legrand que, após perder a esposa, incinerada em um acidente de carro, começa a pesquisar uma pele perfeita, que fosse resistente a fogo, insetos e qualquer outra coisa. Acima de tudo, uma pele que poderia ter salvado sua amada. Os experimentos têm como cobaia Vera (Elena Anaya, que trabalhou com Almodóvar em Fale com ela). Vera usa sempre um macacão cor de pele dos pés ao pescoço, e mantém uma relação dúbia com Richard – dubiedade essa que é explicada durante um flashback. E sem mais spoilers para não atrapalhar quem ainda vai ver o filme!

"Penso no filme, sobretudo, como uma crítica ao abuso de poder, que parece ter se tornado assustadoramente comum, como na inaceitável prisão de Guantánamo e nas práticas de tortura que se legitimaram por lá", declarou o espanhol sobre A pele que habito

Essa é a segunda vez que Almodóvar filma uma adaptação de uma obra literária. A primeira experiência foi com Carne Trêmula, de 1997, baseado no romance homônimo de Ruth Rendell. 

Para você que pensa em assistir o novo filme de Almodóvar, vale dar uma olhada no trailer:


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